"Veja você, onde é que o barco foi desaguar"

A proposta é uma viagem além do senso comum, além dos estereótipos e do preconceito. O Além Mar foi pensado como uma ferramenta para escapar daquele velho "mais do mesmo" e materializar através de palavras um pouco do que penso das coisas.







quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Madrecita, querida!

"Sei do incômodo e ela tem razão
Quando vem dizer, que eu preciso sim
De todo o cuidado" (O velho e o Moço - Los Hermanitos)


Aiiii, hoje acordei tão materna, sempre tive vontade de ser mãe, desejo ver aquele rostinho pequeno sorrindo ou chorando pra mim. Tenho essa vontade antes mesmo de achar um pai. Diversas vezes já me passou pela cabeça criar meu filho sem pai, sinceramente, sou suuuuuper pra frentex quanto a isso. Tá bom, eu sei que é legal pra criança aquela figura paterna e blá blá blá, mas, rélôôôu, homem bacana tá escasso.

Maaaaaaas, graças a providência divina, já achei o cara que mexeu com minhas estruturas, com meus conceitos e com minhas pernas (pois é, elas ficam bambas na presença dele!), e  agora eu compartilho com ele meus desejos por filhotes, e o melhor, isso é uma delícia fazer isso a dois.

Sou uma pessoa bastante razoável, planejo a maternidade, para daqui a 4 anos, quando eu já estiver formada, com uma carreira minimamente organizada e já tiver feito meu intercâmbio para a Espanha (tenho fé, que ele deslancha!). Enquanto isso, fico vendo um bando de mulheres grávidas e babando em cima daquele barrigão.

Adoro e sempre adorei crianças, só não suporto aquelas metidinhas a gente grande, essas são beeem chatinhas ("aí, mãe, não gosto disso, não gosto daquilo". Aaaarrgh, abuso!!). Acho a maternidade um presente dos céus, você tem um serzinho lindo pra cuidar, educar, dar amor, passar ensinamentos e conhecimentos, brincadeiras, novas palavras. Sei que isso é precoce, mas confesso que já tracei a lista de livros que minhas crias vão ler (uiii, filhos nerdinhos, lindo, lindo, lindo!).

Planos, ahhh, os planos são tão legais. Havia me esquecido da riqueza e da pureza que eles contêm.

Dedico esse texto, a Mônica, minha mãe. Uma mulher singela e delicada, mas com uma força imensurável e que acima de tudo sempre se mostrou minha amiga, mesmo quando eu nem queria. E que com muito amor e carinho (daquele jeito reservado que só ela tem) me educa e me aguenta há 22 anos. Mamis, obrigada, pelos beijos de madrugada (a senhora nem deve saber, mas eu sempre estou acordada) e das muitas noites em claro, segurando minha mão, por causa daquele cansaço (que não saí de mim, não sai de mim, não saí...). 

sábado, 11 de setembro de 2010

Amor Sertanejo

Homem de aparência serena, tranquilidade no olhar, na falam no toque e nas atitudes, esse é Rodolfo Nícolas, meu ná.. Vontade de ficar junto e não desgrudar mais. Compreensão, sintonia, respeito, orgulho, atração, tesão sentimentos que passaram a fazer parte do meu cotidiano desde o dia em que conheci esse broto. Há oito meses atrás, essa pessoa linda, olhou pra mim e disse: Morena, quer namorar comigo? (OOOoouun, que lindo e a breguice total se apossou do meu ser)

Te quiero mucho, mi cariño

Naquela mesa tá faltando ela...


"Num dia assim calada, você me mostrou a vida. Agora vem dizer pra mim, que é despedida". (O Leite - Otto )

Naquele 31 de janeiro de 2010, minha vida perdeu um pouco da racionalidade, do aconchego, do amor e dos puxões de orelha. Por volta das 16h, Dona Terezinha Lopes da Silva, mãe de Mônica, Ricardo, Alberto, Giani e Ila e avó linda de Marcela sofreu um enfarto fulminante, em questão de minutos eu vi ela indo desmaiada para o hospital e meia hora depois recebi a fatídica notícia. A morte é uma coisa complicada e difícil de classificar ou descrever. Nunca quis pensar que isso pudesse acontecer, não com ela, Dona Terezinha sempre tão marrenta, chatinha, encrenqueira, cabeça dura, nossos gênios tão divergentes, às vezes, provocavam faíscas: "Sai do telefone, Marcela", " Vai fazer concurso público, menina","arruma esses livros, tira esses papéis daí" essas eram algumas das frases favoritas dela. Mas, sem dúvida, foi a pessoa que mais torceu por mim, pela minha vitória, pelo meu sucesso, pela minha felicidade.

Mulher de fibra, que levou a família nos braços, incompreendida por alguns, amada por muitos, só quem viveu ao lado dela é capaz de compreender a generosidade e grandeza carregadas dentro daquele coração. Choro muito quando lembro que não vou mais ouvir as histórias dela de criança, quando ela morava em Timbaúiba, ou quando ela teve três namorados, ou quando ela trelava e minha bisavó dava-lhe umas palmadas. Vovó tinha uma mania de limpeza que me irritava, porque sempre fui meio desleixada, e travávamos batalhas Homéricas quando o quesito era arrumação.

Ainda sinto ela presente dentro de mim, em cada parte da casa, são lembranças tão reais, reconfortantes e boas, ensinamentos, posturas diante das coisas. Se eu conseguir disseminar um terço da honestidade e da generosidade dessa vó, vou sentir que cumpri meu dever na terra. Sempre tive muito medo de despedir-me dela, pois pra mim Dona Terezinha era a base, o porto seguro, mas agora percebi que essa despedida nunca vai acontecer, porque ela tá dentro de mim, nos meus gestos, no meu jeito "brabinho" e estilona de ser.

Então esse post é uma homenagem a essa mulher tão maravilhosa, símbolo de força e amor.
Vovó chatonilda te amo para sempre.